Teologia
Sistemática Deus
I – Existência de Deus
1. Sua
existência declarada.
Aquele que aproxima-se de Deus,
precisa crer que ele existe (Hb.11.6). Isto torna-se possível mediante a fé que
há no coração do homem. Embora existem aqueles que não acreditam na existência
divina, porque na verdade já excluíram dos seus corações. Estes na verdade são
os declarados ateus praticantes. Seu numero ultrapassa o numero dos ateus
teóricos.
I – A Natureza de Deus.
1. Conceito bíblico ( os nomes de Deus)
Que é, e que é Deus? A melhor
definição é a que se encontra é esta: “ Deus é Espírito, infinito, eterno e
imutável em seu ser, sabedoria, poder, santidade, justiça, bondade e verdade”1. A definição bíblica pode formular-se pelo
estudo dos nomes de Deus. O “nome” de Deus, nas Escrituras , significa mais do
que uma combinação de sons; representa o seu caráter revelado. Deus faz-se
revelar a si mesmo pelo seus Nomes (Ex. 6.3;33.19;24.5,6). Adorar a Deus e
invocar o seu nome (Gn.12.8); teme-lo (Dt.28.58); louva-lo ( II Sm. 22.50);
glorifica-lo (Sl.86.9). É pecado tomar o seu nome em vão (Ex.20.7); ou
profana-lo ou blasfema-lo (Lv.18.21; 24.16). Reverenciar a Deus é santificar e
bendizer o seu nome (Mt.6.9). O nome do Senhor defende o seu povo (Sl. 20.1), e
por amor do Seu nome não os abandonará ( ISm. 12.22).
Estes nomes de Deus são os mais
conhecidos na Bíblia:
a) Elohim (
traduzido “Deus”). Esta palavra emprega-se sempre que sejam descritos ou
implícitos o poder criativo e a onipotência de Deus. Elohim é o Deus-Criador. A
forma plural significa a plenitude de poder e representa a trindade.
b) Jeová (
“traduzido Senhor” na versão de Almeida). Elohim, o Deus-Criador, não esta
alheio distantes mas permanece junto das suas criaturas. O nome Jeová tem sua
origem no verbo Ser e inclui os três tempos desse verbo – passado, presente e
futuro. O nome, portanto significa: Aquele que era, que é e que há de vir. O Senhor
apresentou-se a Moisés como Eu Sou (Ex. 3.13,14).
Existem
os nomes compostos de Jeová;
JEOVÁ-RAPHA
– O Senhor que cura ( Ex. 15.26);
JEOVÁ-NISSI
– O Senhor nossa bandeira (Ex. 17.8-15);
JEOVÁ-SHALOM
– O Senhor nossa paz ( Jz.6.24);
JEOVÁ-RA’AH
– O Senhor meu pastor ( Sl.23.1);
JEOVÁ-TSIDKENU
– O Senhor nossa justiça (Jr. 23.6);
JEOVÁ-JIREH
– O Senhor que provê (Gn. 22.14);
JEOVÁ-SHAMMAH
– O Senhor esta ali (Ez.48.35).
c) El (Deus) é
usado em certas combinações: EL-ELYON (Gn.14.18-20) o “Deus Altíssimo”,
o Deus que é exaltado sobre tudo e todos. EL-SHADAY (Ex.6.3) o Deus Todo
Poderoso; O Deus suficiente que supre todas as necessidades. EL-OLAM
(Gn. 21.33) o eterno Deus.
d) Adonai significa
literalmente “Senhor” ou “Mestre” e dá ideia de governo e domínio ( Ex. 23.17;
Is.10.16,33). Quem é maior ou tem o governo mais do que o de Cristo... Não
existe governo maior do que o do nosso Deus.
e) Pai, é empregado
tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Numa visão mais ampla o nome
descreve a Deus como sendo a fonte de todas as coisas e também como o criador
do homem; de uma maneira criativa o ser humano pode considerar-se geração
criada por Deus. Sendo que esta relação não garante a salvação. Com respeito a
salvação é imprescindível aceitar à Cristo como o Salvador pessoal!
2. Crenças errôneas
Existem algumas crenças errôneas
extra bíblica sobre quem é Deus. Dentre elas destacaremos algumas delas:
a) O agnosticismo (
expressão originada de duas palavras gregas que significam “não saber”) nega a
capacidade humana de conhecer a Deus .”
A mente finita não pode alcançar o infinito declaro o agnóstico. O agnóstico
não vê que há uma grande diferença entre conhecer a Deus no sentido absoluto e
conhecer somente algumas coisas sobre Ele. Não podemos compreender a Deus, isto
é, conhece-lo inteira e perfeitamente; mas podemos aprender, e ter uma
concepção da sua pessoa.
b) O politeísmo ( culto
de muitos deuses) era característico das religiões antigas e é praticado ainda
em muitas partes do mundo entre o povos pagãos. Este segmento religioso
baseia-se na ideia que o universo não é governado pelo único Deus, mais por
várias forças (deuses), segundo eles dizem que há: um deus da água, do fogo, das
montanhas, da guerra, etc.
O que
levou-os a adorar mais a criatura do que o Criador ( Rm. 1.25), neste contexto
de politeísmo Deus chama Abraão para separar-se e tornar-se testemunha do único
Deus verdadeiro. Abraão foi chamado pra dar início a formação da nação de Israel
, que iria pregar o monoteísmo, o contrário que pregava as nações vizinhas.
c) O panteísmo ( proveniente
de duas palavras gregas que significam “tudo é Deus”) é o sistema de pensamento
que identifica Deus com o universo. Árvores, pedras, pássaros, terra, agua,
répteis e homens. Todas as coisas foram criadas por Deus, daí querer pregar que
Deus é tudo isto incorrem num erro muito grande. A natureza com tudo que
existem nos mostram a grandeza de Deus e pode até nos levar à sua aproximação;
agora afirmar que Deus é uma pedra, um pássaro, etc. É “tirar Deus do trono e colocar a criatura
em seu lugar”.
d) O materialismo nega
qualquer distinção entre a mente e a matéria ; afirma que todas as manifestações
da vida e da mente e todas as forças são simplesmente propriedades da matéria .
“ O pensamento é a secreção do cérebro como a bílis é secreção do fígado”; “o
homem é apenas uma maquina”, são alguns pensamentos prediletos dos materialistas.
“ O homem é simplesmente um animal”, declaram eles, pensando que com isso
poderão extinguir o conceito generalizado acerca da superioridade do ser humano e do seu destino divino. O mal
do materialismo está no fato de que destrói os fundamentos da moralidade. Pois se
o homem fosse apenas uma maquina , então não seria responsável por seus atos. Por
conseguinte , não podemos tratar de nobre ao herói, nem de mau ao homem vil,
pois não é capaz de agir de outra maneira. Qual é o remédio contra o
materialismo? É o Evangelho de Cristo pregado com demonstração e poder do
Espírito Santo acompanhado dos sinais e maravilhas.
e) O deísmo admite
que haja um Deus pessoal, que criou o mundo; mas insiste em que, depois da
criação, o mundo esta entregue para ser governado pelas as leis naturais. Ou seja
Deus criou e entregou o mundo ao seu bem prazer.
II
– Os Atributos de Deus.
Por Deus ser infinito é impossível que a mente
humana consiga conhece-lo como Ele é de verdade, na sua essência. Sendo assim o
Senhor revelou-nos na sua Palavra aquilo que é fundamental pra que a gente
conheça e alcance a salvação, por intermédio de Jesus o seu Filho amado.
1) Atributos da Natureza Íntima de Deus!
a) Espiritualidade. Deus é
Espírito conforme registrado em João capitulo 4.24. Deus é Espírito com
personalidade; pensa, sente e fala; entretanto pode ter comunhão direta com as
suas criaturas feitas à sua imagem e semelhança. Sendo Deus Espírito, não esta
sujeito às limitações às quais nós os seres humanos estamos sujeitos em nossos
corpos físicos. O seu corpo espiritual não tem nenhuma parte mortal ou esta
sujeito às paixões como nós. O homem natural jamais conseguirá ver o Senhor
como Ele; com o seu corpo humano é impossível que qualquer pessoa consiga ver o
Senhor em sua totalidade. Não quero porém dizer com isso que Deus seja irreal,
e viva de forma sombria ou algo parecido. Deus é uma pessoa real, mas de natureza
excelente que não é capaz do ser humano
conseguir conhece-lo e descreve-lo com verdadeiramente Ele é.
b) Infinitude. Deus é
infinito, ou seja, não está sujeito às limitações naturais do ser humano. Esta
infinitude pode ser vista de duas maneiras 1) em relação ao espaço. Deus é
caracterizado por sua imensidade (1 Re 8.27). A sua natureza divina esta
presente em todos os lugares, tanto no espaço infinito, como em toda terra e
mar, nada foge do seu domínio. Sendo que no céu a sua glória é revelada de modo
extraordinário. 2) em relação ao tempo, Deus é eterno (Êx.15.18; Dt.33.27) Ele
existe desde a eternidade e existirá por toda a eternidade! O passado, presente
e futuro pra o Senhor são a mesma coisa. O Senhor é o mesmo ontem hoje e
eternamente (Hb. 13.8).
“Ele se
assenta no presente olha pra um lado vê todo o passado e para o outro vê todo o futuro”.
c) Unidade. Deus é o único Deus.
(Êx. 20.3). Deus é o único Deus verdadeiro que sub existe em três pessoas
distintas o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Cada um com uma atribuição nas
Sagradas Escrituras. O Pai apresenta-se como o criador de todas as coisas. O Filho
o Salvador da humanidade sendo Ele o próprio verbo encarnado. O Espírito Santo
é o agente da salvação, Ele é incumbido de convencer o ser humano do pecado, da
justiça e do juízo.
2) Atributos Ativos ( Deus e o universo)
a) Onipotência. Deus é
onipotente. Não existe poder na terra, no mar, e até no inferno que possa
comparar com o poder do Senhor. A onipotência de Deus significa duas coisas:
(1) Sua liberdade e poder para fazer tudo que esteja de acordo em harmonia com
a sua natureza. “Pois pra Deus não há impossível”. Não quer dizer que o Senhor,
possa ou faça alguma coisa contraria à sua própria natureza. (2) Seu controle e
sabedoria sobre tudo que possa existir. Mas entretanto ainda assim o homem continua
fazendo as suas escolhas por ser dotado do livre arbítrio e Deus não violará o
direito do homem.
b) Onipresença. Deus não
esta limitado a tempo e espaço, na sua imensidade Ele ocupa todo o espaço com a
sua presença, na onipresença Deus esta presente junto de toda as suas criaturas:
(1) Em glória junto das hostes adoradas dos do céu (Is .1-3). (2) atentamente
para aqueles que o buscam (Mt.18.19). (3) Judicialmente, nas consciências dos
ímpios (Gn. 3.8). (4) Corporalmente em seu Filho. “Deus conosco” (Cl.2.9). (5)
Misticamente na igreja (Ef.2.12-22). A presença do Senhor esta em todo o lugar
mais não quer dizer que Deus habita em todo o lugar. Quando o ser humano busca
a sua presença ai Ele esta em contato com esta pessoa.
a) Onisciência. Deus é
onisciente, porque conhece todas as coisas (Gn.18.18). o conhecimento de Deus é
absoluto, Ele não precisa cursar uma universidade pra que tenha o aprendizado
aperfeiçoado. Em sua essência Deus é infinitamente ciente à todas, nada foge do
seu conhecimento.
b) Sabedoria. Deus é sábio.
(Sl.104.24). A sabedoria de Deus reúne a sua onisciência e a sua onipotência,
Ele tem poder para levar à efeito seu conhecimento de tal maneira que se realizem
os melhores propósitos, possíveis pelos melhores meios possíveis. A Bíblia diz
que: “Que o temor ao Senhor é o principio da sabedoria”.
c) Soberania. Deus é soberano, ou seja,
Ele tem o direito absoluto de governar suas criaturas e fazer o que for a sua
vontade. (Dn. 4.35).
3 Atributos Morais
a) Santidade: Deus é santo. (Êx.15.11) A
santidade de Deus significa a sua absoluta pureza moral; Ele não pode pecar e
nem tolera o pecado. O sentido da palavra “santo” é “separado”. Deus esta separado do homem no espaço – Ele mora no céu, enquanto
o homem habita na terra. Deus esta separado do homem quanto a sua natureza e caráter
– ele é moralmente perfeito, o homem imperfeito e pecaminoso; Ele é divino, o
homem humano. A santidade é o atributo divino que diferencia Deus do ser humano,
enquanto Deus é santo o homem é pecaminoso.
b) Justiça. Deus é justo. Qual a
diferença entre a santidade e a justiça? “A justiça é a santidade em ação”. Ajustiça
é a santidade de Deus manifesta no tratar retamente suas criaturas. Podemos ver
isto quando Deus: (1) Quando livra o inocente, e condena o ímpio e exige que se
faça a justiça. Deus não precisa de testemunhas de defesas ou de acusação para
exercer a sua justiça, pois Ele é por natureza divina conhecedor de todas as
coisas e não precisa de que seja falado por outro para tomar a sua decisão. (2)
Quando perdoa aquele que arrepende-se (Sl.51.14). (3) Quando julga e castiga o
seu povo (Is.8.17). (4) Quando salva o seu povo, Ele livra seu povo dos seus
pecados e de seus inimigos, e o resultado é a retidão de coração.
a) Fidelidade.
Deus
é fiel. Ele é absolutamente fiel, digno de toda a confiança; quando Ele fala a
sua palavra cumpre integralmente sem deixar nenhuma sombra de dúvida. Nada pode
impedir que Deus seja fiel à sua Palavra pra cumprir os seus propósitos, o
profeta Isaías disse que: “ Agindo Deus quem impedirá” ( Is.43.13). No Evangelho de João
capítulo 14, Jesus deixou-nos uma promessa maravilhosa de iria para o Pai, e
nos levaria no tempo determinado por Deus, para estar juntamente com Ele. Paulo
escrevendo a Timóteo na sua segunda epístola no capitulo 2.13, fala da viva
esperança da vinda do Senhor Jesus para estar com o seu povo.
b) Misericórdia. Deus é
misericordioso. A misericórdia de Deus age em favor do ser humano que vive
miseravelmente longe de sua presença. O profeta Jeremias em Lamentações 3.22
disse que: “As misericórdias do Senhor são as causas de nós não sermos
consumidos: porque as suas misericórdias não tem fim”. Depois de uma revelação
desta não dá para ficar alheio, distante da sua misericórdia; o ápice deste ato
de bondade para com o ser humano esta no envio do seu Filho Unigênito, para
morrer em nosso favor. Jesus Cristo portanto é a Misericórdia de Deus encarnada
em beneficio do ser humano. (Lc.1.78)
c) Amor. Deus é
amor. Que Deus é amor não há duvida; como falado no tópico anterior Ele enviou
o seu Filho, “porque Deus amou o mundo de tal maneira” ( Jo.3.16), este
tal “maneira” é algo que não dá pra ser descrito por palavras humanas, aqui
neste versículo encontramos o “texto áureo de toda a Bíblia”, é o amor de Deus revelado em Cristo produzindo
salvação na vida das suas criaturas. Ele é a essência do amor, é o amor
no seu modo mais puro, que alguém pode experimentar como descrito por Paulo na sua
primeira epístola aos Coríntios no capitulo 13. O amor vai mostrar-nos o quanto
Deus quer relacionar com aqueles que tem buscado ter de novo ter de volta o seu
caráter.
d) Bondade. Deus é
bom. A bondade de Deus é o atributo em razão do qual Ele concede a vida e
outras bênçãos às suas criaturas. Algumas pessoas não consegue entender a
existência do mal e do sofrimento na vida de algumas pessoas. Deus não pode ser
responsabilizado quando alguém pratica o mal. Embora Ele permita o mal, mas
deixou implantado no ser humano um “chip” do livre arbítrio, cabendo a cada uma
pessoa decidir o que quer fazer.
Conclusão:
É impossível alguém pela
pensamento e logica humana, acredite na existência de Deus; porem quando o
Espirito Santo entra na vida do homem esta verdade passa ser inquestionável,
porque o Espirito estará a cada dia comunicando no coração do convertido a existência
e como o Senhor trabalha nele.
pesquisa:
Pearlman, Myer. Conhecendo as doutrinas da Bíblia. 11.ª impressão 1986.
1 - Catecismo de Westminster
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